sexta-feira, junho 04, 2010

caía cacimbo...




no acalento da manhã
o cacimbo caía.
eram horas de levantar,
mais um dia meio vestido
sem gestos, apático e incontornável

corria o tempo apressado,
na rua desnudada.
a saudade, saltava em cada trilho.
deambulava o corpo cansado,
entre emoções,
revivendo amores secretos,
e as mãos entrelaçadas
deixaram de sentir.

pássaros saboreavam goiabas
no quintal vizinho,
onde tantas vezes galguei.
sem noção, olhava o infinito
brotavam da memória os amigos,
a base do meu chão.

repetiam-se os rostos
mergulhados na suavidade das acácias
e vi-te na transparência do sonho,
devolvias-me o teu sorriso
na solidão do silêncio…


helena maltez

terça-feira, março 09, 2010

mulher!




germinada de outra mulher
acordas num grito aflito,
terno e doce.
és rebento ansioso
no momento nascituro.
cresces e és encanto.
mais tarde sedução,
esperança intensa
na chama da razão.
mulher…
assim te chamam
em qualquer trilho da vida.
és voo, ritmo infindo,
razão de viver.
segues em frente e inabalável
no caminhar da perfeição.
destemida lutas
pela tua liberdade.
mulher não és gente displicente
mas guerrilheira,
inspiração ,
coragem e bravura.


mulher tu és poesia
no reforço de cada verso.



helena maltez

sábado, janeiro 23, 2010

a tua sede




sequioso queimas a boca

com palavras meias loucas

e suportas o folgo ardente

da mão inundada e listrada



a manhã apaga-se nos passos

do silêncio único da tua presença.

no rosto, a sombra triste e frágil

esboçada na ânsia do sono.


a sede é tua.

quebras o gelo das palavras que cantam

no eco de um tempo sem nomes.


aceitas a imagem desfocada

de um corpo indefeso

e a música grita no teu peito,

enquanto neva no inferno da tua alma


então matas a sede com o sangue

que brota de um coração desgastado



helena maltez





  o teu sorriso no esplendor de uma suave explosão chega a mim o teu sorriso. aflui com emoção e calor, como sonhos mesclados nos en...